A emergência de microrganismos resistentes às diversas classes de antimicrobianos tem sido progressiva, tornando-se uma ameaça à saúde pública em todo o mundo.

Em 2022, estimou-se que as infecções bacterianas resistentes a medicamentos causaram diretamente mais de 1,2 milhão de mortes em 2019, no mundo.

As consequências diretas das infecções causadas por microrganismos resistentes aos antimicrobianos são graves, incluindo o aumento da morbidade e mortalidade, o aumento do período de internação, a redução ou perda da proteção para os pacientes submetidos a diversos procedimentos (cirúrgicos, quimioterápicos e transplantes) e falta de opção terapêutica.

Desde 2017, apenas 12 antibióticos foram aprovados, 10 dos quais pertencem às classes existentes com mecanismos estabelecidos de resistência antimicrobiana.

De acordo com a OMS, a resistência antimicrobiana é um dreno na economia global e, para enfrentá-la, é necessário investimentos a longo prazo, de forma a fomentar o desenvolvimento de novos medicamentos, ferramentas de diagnóstico, vacinas e outras intervenções.

Diante de obstáculos científicos e financeiros únicos, o número de medicamentos em potencial diminuiu. Apesar dessas dificuldades, algumas empresas, incluindo a GSK, seguem em frente, na possibilidade de enfrentar esse desafio.
Sally Davies (Ex-Diretora médica da Inglaterra) mencionou como “ameaça catastrófica” pediu ao então, primeiro ministro do Reino Unido, David Cameron, em visita ao Reino Unido, uma revisão independente dos riscos.

Cameron atendeu ao pedido e chegou a conclusão, que se a resistência não for controlada, poderá matar 10 milhões de pessoas até 2050.

Reino Unido deve aprovar o primeiro novo antibiótico após 20 anos para pacientes do National Health System (NHS).

A GSK, empresa farmacêutica multinacional britânica que desenvolveu o medicamento, está em negociação com os reguladores médicos do Reino Unido, sobre o GEPOTIDACINA e provavelmente obterá a aprovação do NHS.

A GSK também espera solicitar a aprovação nos EUA.

O antibiótico está em fase de desenvolvimento há mais de dez anos e será utilizado no tratamento de infecções do trato urinário e em outras infecções.

Na Grã-Bretanha, até 1,7 milhão de pessoas sofrem de infecções do trato urinário crônicas (ITUs), que é quando o indivíduo tem três ou mais infecções por ano.

Os sintomas de ITUs incluem sensação de queimação ao urinar, sensação de necessidade de urinar quando a bexiga está vazia e vontade de urinar mais frequente do que o normal.

Existe o risco de desenvolver sepse, que causa cerca de 50.000 mortes por ano.

As pessoas mais velhas também podem desenvolver uma condição quase semelhante à demência, chamada delirium, se tiverem uma ITU.

Texto escrito por: Janaina Rodrigues de Souza

Bibliografias:

– Paho, Resistência antimicrobiana, Disponivel em: https://www.paho.org/pt/topicos/resistencia-antimicrobiana. Acesso em jun de 2023.

– Paho, Relatório sinaliza aumento da resistência a antibióticos em infecções bacterianas em humanos (2023), Disponivel em: https://www.paho.org/pt/noticias/9-12-2022-relatorio-sinaliza-aumento-da-resistencia-antibioticos-em-infeccoes-bacterianas. Acesso em jun de 2023.

– G7, Alívio para milhões de pacientes com ITU com um novo medicamento inovador (2023), Disponivel em: https://g7.news/saude/2023/01/30/alivio-para-milhoes-de-pacientes-com-itu-com-um-novo-medicamento-inovador

– GSK, Disponivel em: https://br.gsk.com, Acesso em jun de 2023.

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