No Brasil, estima-se que anualmente 240 mil pessoas cheguem a óbito devido a complicações causadas pela sepse. Esse número afeta principalmente recém-nascidos, crianças e idosos. Entretanto, a sepse afeta também pessoas com algum grau de deficiência no sistema imune. Um dos fatores para esse número elevado é a falta de tratamento antibacteriano e ferramentas para o diagnóstico precoce.

Segundo o relatório “2021 Antibacterial agents in clinical and preclinical development: an overview and analysis“, da Organização Mundial da Saúde (OMS), do total de 43 antibióticos em desenvolvimento não conseguiriam resolver o problema e quase todos os novos produtos foram lançados nas últimas décadas são variações de outros descobertos nos anos 1980.

“A falha persistente em desenvolver, fabricar e distribuir novos antibióticos eficazes está alimentando ainda mais o impacto da resistência antimicrobiana e ameaça nossa capacidade de tratar infecções bacterianas com sucesso”, declarou Hanan Balkhy, diretor-geral Assistente da OMS para o tema.

Inovação. Embora exista a falta de evolução dos fármacos, a tecnologia pode ser um dos caminhos no combate à sepse. Em entrevista ao portal PEBMED, a especialista em microbiologia na Mobius Life Science, Natália Carvalho, aponta que um dos possíveis caminhos para detectar o patógeno causador da sepse, pode ser por meio da análise de DNA e RNA dos pacientes.

A especialista observa que por meio desse tipo de teste é possível detectar a presença de diversos alvos com elevada sensibilidade em pouca horas. Além de poder ser realizado a partir de hemocultura positiva e swab de vigilância.

Outra alternativa que demonstra ser promissora foi a identificação por pesquisadores do Instituto Butantan de uma proteína produzida pela bactéria Escherichia coli, denominada Sat. A principal contribuição do estudo é possibilitar um novo entendimento sobre a infecção e auxiliar na descoberta de tratamentos, que poderão ser aplicados logo no início da infecção.

Prevenção. Embora existam pesquisas e produtos promissores, segundo a OMS “a linha clínica e os antibióticos recentemente aprovados são insuficientes para enfrentar o desafio de aumentar a emergência e disseminação da resistência antimicrobiana”.

Assim, a melhor forma de combater a sepse, ainda, é por meio de ações simples e de baixo custo, principalmente em ambiente hospitalar, como a higiene adequada das mãos, cuidados com os equipamentos médicos e orientação aos pacientes para evitar a autotomedicação.

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