A sepse, mais conhecida como infecção generalizada, atualmente é a principal causa de óbitos nas unidades de terapia intensiva (UTI), com taxa de mortalidade maior que o infarto do miocárdio e de alguns tipos de câncer. Estima-se cerca de 240 mil óbitos por ano no Brasil, 30 milhões de óbitos no mundo e 6 milhões de óbitos em neonatos por sepse (https://diamundialdasepse.com.br/). Recentemente a OMS reconheceu a sepse como Prioridade de Saúde Mundial.
Estudos multicêntricos ao redor do mundo evidenciam que cerca de 31,5 milhões de casos de sepse ocorrem anualmente, gerando em torno de 5,3 milhões de mortes por ano entre 2005 – 2015. Em trabalhos recentes, o grupo da aliança mundial pela sepse relata que ocorrem 50 milhões de casos no mundo por ano, dos quais 11 milhões de pessoas podem morrer. Desta forma, OCORRE UMA MORTE A CADA 2,8 SEGUNDOS, sendo uma entre cada cinco causas de mortalidade nível mundial, está relacionada a sepse.
Qualquer tipo de infecção pode evoluir para Sepse. As mais comuns são pneumonia, infecções abdominais, infecções urinárias e infecções de corrente sanguínea sem foco conhecido. Os principais patógenos associados à sepse são: Staphylococcus aureus (20.5%), Pseudomonas sp. (19.9%), Enterobacteriacae (principalmente E. coli, (16.0%), Enterococcus sp (10,9%), e fungos (principalmente Candida albicans 17%) (MAYR; YENDE; ANGUS, 2014).
Embora não existam sintomas específicos, o indivíduo que apresentar um quadro de infecção e febre, aceleração dos batimentos cardíacos (taquicardia), respiração mais rápida (taquipnéia), fraqueza intensa, tonteiras, e pelo menos um dos sinais de agravamento da infecção, como pressão baixa, diminuição da quantidade de urina, falta de ar, sonolência excessiva ou confusão (principalmente os idosos), devem procurar imediatamente um serviço de emergência, pois as primeiras horas de tratamento são as mais importantes.
Culturas de sangue, bem como outras culturas de locais sob suspeita de infecção, quando os casos de sepse não tiverem foco definido, devem ser obtidas a fim de detectar o agente causador da doença, direcionar o tratamento e aumentar sua eficácia. As hemoculturas possuem papel primordial, pois entre 30% a 50% dos pacientes com sepse grave, apresentam hemoculturas positivas.
O tratamento é feito com a antibioticoterapia adequada o mais rápido possível. Existem evidências de que pacientes com sepse que receberam antibioticoterapia adequada ao perfil de sensibilidade do agente infeccioso isolado em cultura, apresentaram menor letalidade do que indivíduos que receberam terapia inadequada.
O risco de sepse pode ser mitigado, principalmente em crianças, respeitando-se o calendário de vacinação. Uma higiene adequada das mãos e cuidados com equipamentos médicos podem ajudar a prevenir infecções hospitalares que levam à sepse. Evitar a automedicação e o uso desnecessário de antibióticos também é importante para prevenir a sepse, uma vez que assim pode-se mascarar os sinais e sintomas da infecção.
A campanha do Dia Mundial da Sepse (13/9) tem como objetivo conscientizar não somente profissionais da saúde, como também o público geral, sobre a importância de reconhecer os sinais da sepse e a importância do rápido diagnóstico. Essa luta é de todos nós!
Fontes:
Biblioteca Virtual em Saúde – 13/9 Dia Mundial da Sepse
Referências:
DIAMENT, Décio et al. Diretrizes para tratamento da sepse grave/choque séptico: abordagem do agente infeccioso-diagnóstico. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 23, n. 2, p. 134-144, 2011.MAYR, Florian B.; YENDE, Sachin; ANGUS, Derek C. Epidemiology of severe sepsis. Virulence, v. 5, n. 1, p. 4-11, 2014.
MAYR, Florian B.; YENDE, Sachin; ANGUS, Derek C. Epidemiology of severe sepsis. Virulence, v. 5, n. 1, p. 4-11, 2014.