Após o recuo das águas decorrentes das enchentes no Rio Grande do Sul, uma série de cuidados se torna essencial para preservar a saúde e a segurança da população afetada. O Ministério da Saúde alerta para os riscos associados à contaminação da água, alimentos, surgimento de doenças transmitidas por animais peçonhentos, riscos elétricos e proliferação fúngica. A higiene pessoal e ambiental emerge como uma prioridade para evitar surtos de doenças.

– Água Contaminada: Riscos e Cuidados

A água contaminada representa um dos maiores perigos após as enchentes, podendo desencadear diversas doenças, como diarreia, cólera, febre tifóide, hepatite A, giardíase, amebíase, verminoses e leptospirose.

É importante destacar a ameaça representada pela leptospirose, uma doença que pode ocorrer em qualquer época do ano, mas cujas chances de contágio são ampliadas durante inundações, enxurradas e períodos de lama. A leptospirose é causada pela bactéria Leptospira, presente na urina de animais infectados, especialmente roedores. O contato direto com essa urina, principalmente em caso de ferimentos ou arranhões na pele, facilita a entrada do microrganismo no corpo humano. Os sintomas iniciais podem aparecer até 30 dias após a exposição, incluindo febre, dor de cabeça, dor no corpo (especialmente nas panturrilhas), vômitos e, em casos mais graves, icterícia. Segundo o Ministério da Saúde, a leptospirose pode apresentar uma letalidade de até 40% nos casos mais graves, sendo fundamental o tratamento precoce com antibióticos ao primeiro sinal de suspeita.

Inclusive, a Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul confirmou, no dia 5 de junho, mais duas mortes por leptospirose após as cheias que atingiram o estado. Com isso, o estado chega a 15 vítimas fatais da doença.

Além disso, manter as vacinas contra o tétano em dia é essencial para prevenir infecções em caso de ferimentos causados por objetos contaminados.

Cuidados com Alimentos

Durante e após situações de emergência, a manipulação, preparação e armazenamento adequados dos alimentos são cruciais para prevenir doenças transmitidas por alimentos. Descartar alimentos em contato com a água da enchente, incluindo embalagens aparentemente intactas, é vital. Além disso, utensílios de cozinha e superfícies devem ser cuidadosamente lavados antes do uso.

– Animais Peçonhentos e Riscos Elétricos

Após as enchentes, há um aumento do risco de encontros com animais peçonhentos, como escorpiões, cobras e aranhas, que buscam abrigo em locais secos. Evitar contato com esses animais e informar as autoridades competentes para sua remoção segura são medidas importantes. Além disso, a presença de água condutiva aumenta os riscos de choques elétricos, sendo crucial manter distância de áreas inundadas com eletricidade exposta e desligar a energia elétrica de residências, se necessário.

Proliferação Fúngica é um Desafio Adicional à Saúde

A proliferação de fungos em ambientes úmidos, incluindo o desenvolvimento de mofo, representa uma preocupação adicional para a saúde pública após as enchentes. A umidade resultante desses desastres naturais cria condições propícias para o crescimento de fungos, aumentando significativamente o risco de infecções fúngicas, especialmente em indivíduos imunocomprometidos. Além dos perigos diretos dos fungos, a exposição ao mofo também pode desencadear alergias respiratórias e complicações para a saúde. Nesse contexto, é crucial implementar medidas de limpeza adequadas e utilizar equipamentos de proteção individual durante os processos de remoção de materiais contaminados, visando mitigar os riscos à saúde decorrentes da exposição a fungos e mofo após as enchentes.

Guia de Manejo de Infecções Relacionadas a Desastres Climáticos

A Sociedade Brasileira de Infectologia e a Sociedade Gaúcha de Infectologia lançaram um Guia de Manejo de Infecções Relacionadas a Desastres Climáticos, oferecendo diretrizes técnicas para profissionais que atuam nesses momentos delicados. O guia aborda diversos temas, incluindo acidentes com animais peçonhentos, cólera, coqueluche e outros problemas de saúde, visando auxiliar na resposta eficaz diante dos desafios pós-enchentes. Acesse e saiba mais: https://infectologia.org.br/2024/05/21/guia-de-manejo-de-infeccoes-relacionadas-a-desastres-climaticos/

Neste momento difícil, a Plastlabor se solidariza com as comunidades atingidas e reforça seu compromisso em contribuir com a arrecadação de materiais básicos, como água e alimentos não perecíveis, para auxiliar as comunidades afetadas por essa situação de emergência. Juntos, podemos ajudar na recuperação e proteger a saúde daqueles que mais precisam neste momento desafiador.

Fontes:

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